domingo, 31 de maio de 2020

OSÍRIS



Osíris é um deus da mitologia egípcia. Oriundo de Busíris, no Baixo Egito, foi, primitivamente, a deificação da força do solo, que faz a vegetação crescer; disto derivou seus atributos posteriores, que o exaltam como o inventor da agricultura e consequentemente o propiciador da civilização, do qual tornou-se uma espécie de patrono. Mais tarde, seus mitos passaram a representá-lo como um mítico faraó que teria governado o Egito em tempos imemoriais, sendo traído por seu próprio irmão, Seth, que o mata para obter o trono. Osíris, vencendo a morte, renasce no Além, tornando-se o Senhor da vida pós morte e juiz dos espíritos que lá chegam. Embora a trajetória de deus da vegetação para deus da vida após morte parece desconexa e incoerente, o que há de comum nessas atribuições é o conceito de ciclos de vida e renascimento que tanto a vegetação quanto a passagem para o além carregam. Assim, pode-se dizer que, resumidamente, Osíris é o deus do renascimento.

Osíris foi um dos deuses mais populares do Antigo Egito, cujo culto remonta às épocas remotas da história egípcia e que continuou até a era Greco-Romana, quando o Egito perdeu a sua independência política.

Marido de Ísis e pai de Hórus, era ele quem julgava os mortos na "Sala das Duas Verdades", onde se procedia à pesagem do coração ou psicostasia.

Osíris, é sem dúvida o deus mais conhecido do Antigo Egito, devido ao grande número de templos que lhe foram dedicados por todo o país; porém, os seus começos foram os de qualquer divindade local e é também um deus que julgava a alma dos egípcios se eles iam para o paraíso (lugar onde só há fartura). Para os seus primeiros adoradores, Osíris era apenas a encarnação das forças da terra e das plantas. À medida que o seu culto se foi difundindo por todo o espaço do Egito, Osíris enriqueceu-se com os atributos das divindades que suplantava, até que, por fim substituiu a religião solar. Por outro lado a mitologia engendrou uma lenda em torno de Osíris, que foi recolhida fielmente por alguns escritores gregos, como Plutarco. A dupla imagem que de ambas as fontes chegou até nós deste deus, cuja cabeça aparece coberta com a mitra branca, é a de um ser bondoso que sofre uma morte cruel e que por ela assegura a vida e a felicidade eterna a todos os seus protegidos, bem como a de uma divindade que encarna a terra egípcia e a sua vegetação, destruída pelo sol e a seca, mas sempre ressurgida pelas águas do Nilo.

Deus supremo, Osíris trouxe as plantas e as estações do ano para a terra . Ensinou aos humanos como cultivar e instrui-os nas artes da civilização. Em uma versão de sua lenda diz que como filho mais velho de Geb e Nut, reinou na terra tornando-se o primeiro faraó. Mas seu irmão Seth teve inveja de seu poder e decidiu matá-lo.Seth construiu uma linda canastra de madeira e declarou que daria que a daria para o primeiro que coubesse dentro dela. A canastra era do tamanho exato de Osíris e, assim ele entrou nela, seth pregou a tampa com pregos e jogou-a no Nilo. A mulher de Osíris, Ísis, Tirou o corpo do nilo e logo o devolve a vida, mas Seth apoderou-se do irmão outra vez e cortou-o em pedaços, cada um dos pedaços foi enterrado em uma parte distante do Egito.De pois de morto Osíris se tornou deus do mundo dos mortos.

A representação mais antiga de Osíris data de 2300 a.C.. Sua imagem variou bastante durante a história, sendo representado como homem mumificado, em pé, deitado, com a pele negra ou verde e, ocasionalmente, como um animal. Normalmente aparece com a cabeça coberta por uma mitra branca, representando um ser bondoso que assegura vida e felicidade eterna para todos os seus protegidos. Apesar de Osíris ser o nome mais popular e difundido, também foi identificado com uma série de outros nomes.

No contexto da mitologia grega, Osíris é protagonista de uma difundida lenda de prosperidade da terra e da vegetação egípcia. Osíris teria sido responsável por governar a terra e, através das águas do Nilo, ressuscitar a vida existente em torno do rio sempre que a seca matava tudo. Ele teria ensinado aos humanos as técnicas necessárias para a civilização, para a agricultura e para a domesticação de animais.



FONTE:
O livro ilustrado da mitologia - Philip Wilkinson

ÍSIS



Ísis foi uma das principais divindades na religião do Antigo Egito cuja veneração espalhou-se também para o mundo greco-romano. Ela foi mencionada pela primeira vez no Império Antigo como uma das personagens principais do mito de Osíris, em que ressuscita seu marido, o rei Osíris, e produz e protege seu herdeiro, Hórus. Acreditava-se que Ísis ajudava os mortos a entrarem no pós-vida da mesma forma que tinha feito com Osíris, também sendo considerada como a mãe divina do faraó, que por sua vez estava ligado a Hórus. Seu auxílio materno era invocado em feitiços de cura para beneficiarem o povo comum. Ela originalmente desempenhou um papel limitado em rituais reais e templos, porém era mais proeminente em práticas funerárias e textos mágicos. Ísis era retratada artisticamente como uma mulher humana usando um hieroglifo no formato de trono em sua cabeça. Ela assumiu no Império Novo os traços que originalmente pertenciam a Hator, a deusa mais importante durante o período antigo, passando assim a ser retratada usando a touca de Hator: um disco solar entre os chifres de uma vaca.

Osíris e Ísis tornaram-se as divindades mais veneradas dentre o panteão egípcio durante o Terceiro Período Intermediário, com ela absorvendo várias características de outras deusas. Governantes tanto do Egito quanto de sua vizinha Núbia ao sul começaram a construir templos dedicados principalmente a Ísis, com seu templo em Filas tornando-se um grande centro religioso para ambos egípcios e núbios. O poder mágico atribuído a ela era maior que o de todos os outros deuses, sendo dito que Ísis protegia o reino de seus inimigos, governava os céus e o mundo natural e até mesmo tinha poder sobre o próprio destino.

Durante o Reino Ptolemaico, quando o Egito foi governado e colonizado por gregos, Ísis passou a ser venerada pelos egípcios e gregos junto com um novo deus, Serápis. Esta adoração espalhou-se pelo mundo Mediterrâneo. Os devotos gregos lhe atribuíam características tiradas de deuses gregos, como intervenção no casamento e a proteção das embarcações nos mares, também mantendo ligações fortes com o Egito e outras divindades egípcias que eram populares no mundo helenístico, como Osíris e Harpócrates. A cultura helenística foi absorvida por Roma no século I a.C. e o culto a Ísis tornou-se parte da religião romana. Seus devotos eram pequenos em proporção dentro da população do Império Romano, porém eram encontrados por todo seu território. Seu culto desenvolveu festivais distintos como o Navigium Isidis, além de cerimônias de iniciação semelhantes a cultos de mistério greco-romanos. Alguns de seus seguidores afirmavam que ela reunia todos os poderes divinos femininos do mundo.

A veneração a Ísis acabou com a ascensão do cristianismo no decorrer dos séculos IV e V. É possível que sua adoração tenha influenciado algumas práticas e crenças do cristianismo, como por exemplo a veneração de Maria, porém as evidências para isso são ambíguas e frequentemente controversas. Ísis continua a aparecer na cultura ocidental, particularmente no esoterismo e neopaganismo, frequentemente como a personificação da natureza ou como o aspecto feminino do divino.

Quando visto como deificação da esposa do faraó em mitos tardios, o proeminente papel de Ísis foi como assistente do faraó morto. Desse modo, ela ganhou uma associação funerária, com o seu nome aparecendo mais de oitenta vezes nos chamados Textos das Pirâmides, afirmando-se que ela era a mãe das quatro divindades que protegiam os vasos canopos, nomeadamente a protetora da divindade do vaso do fígado, Imset. Esta associação com a esposa do faraó também trouxe a ideia de que Ísis era considerada a esposa de Hórus (outrora visto como seu filho), que era protetor e, posteriormente, a deificação do faraó. No Império Médio, da XI dinastia egípcia até à XV dinastia egípcia, entre 2040 e 1640 a.C., à medida que os textos funerários começam a ser utilizados por maior número de membros da sociedade egípcia, além da família real, cresce também o seu papel de proteger os nobres e até mesmo os plebeus.

No Império Novo (XVIII, a XIX e a XX dinastias, entre 1570 e 1070 a.C.), Ísis adquiriu proeminência como a mãe e protetora do faraó. Durante este período, ela é descrita como amamentando o faraó e é frequentemente assim representada.
Ísis também era conhecida por sua esperteza e também por seu poder mágico, o que permitiu que ela revivesse Osíris e protegesse e curasse Hórus Foi dito que, por virtude de seu conhecimento mágico, ela era "mais inteligente que um milhão de deuses". Ísis usou suas habilidades para passar a perna em Seti em vários episódios da história "As Disputas de Hórus e Set" do Império Novo. Em certa ocasião, ela se transformou em uma jovem mulher que disse a Seti que estava envolvida em uma disputa de herança similar a usurpação da coroa de Osíris. Quando Seti afirmou que a situação da mulher era injusta, Ísis zombou dele afirmando que ele tinha acabado de julgar-se como o errado. Ela usou seus poderes de transformação em textos posteriores para lutar e destruir Seti e seus seguidores.

Muitas das histórias sobre Ísis apareceram como prólogos de textos mágicos que descreviam eventos míticos relacionados com o objetivo que o feitiço queria realizar. Em um deles, Ísis criou uma cobra que picou Rá, que era mais velho e mais poderoso, fazendo-o ficar doente. Ela se ofereceu para curar Rá caso ele lhe contasse seu nome verdadeiro e secreto – uma informação que carregava consigo poder incomparável. Rá contou seu nome depois de muita coerção, informação que ela repassou a Hórus, o que aumentou a autoridade real deste. É possível que essa história tenha servido de origem para explicar o motivo dos poderes mágicos de Ísis superarem os de outros deuses, porém, como a narrativa mostra ela usando magia para subjugar Rá, esse conto parece indicar que ela tinha tais habilidades antes mesmo de descobrir o nome dele.

Ísis era comumente representada na arte egípcia como uma mulher usando um vestido de bainha, um cajado de papiro em uma mão e um símbolo de ankh na outra. Seu adereço de cabeça original era o símbolo de trono usado em seu nome escrito. Ela e Néftis apareciam frequentemente juntas, particularmente ao lamentarem a morte de Osíris, apoiando em seu trono ou protegendo os sarcófagos dos mortos. Nessas situações, seus braços muitas vezes estavam sobre seus rostos em luto, ou ainda abertos ao redor de Osíris ou do morto em um sinal de seus papéis de protetoras. Nessas circunstâncias as duas eram representadas frequentemente como milhafres ou mulheres com asas de milhafre. Esta forma pode ter sido inspirada pela similaridades dos gritos dos milhares com o choro de mulheres gemendo, ou ainda como metáfora conectando a procura dos milhafres por caniça com a procura das deusas por seu irmão morto. Ísis algumas vezes aparecia na forma de outros animais: uma porca, representando seu lado maternal; uma vaca, particularmente quando conectada com Ápis; ou ainda como escorpião. Ela também assumia a forma de uma árvore ou de uma mulher surgindo de uma árvore, algumas vezes oferecendo comida e água para as almas mortas. Esta forma fazia referência ao sustento materno que proporcionava.

A partir do Império Novo, devido às ligações próximas entre Ísis e Hator, a primeira passou a assumir atributos da segunda, como o chocalho de sistro e o adereço de cabeça com os chifres de vaca cercando um disco solar. Algumas vezes seus dois adereços de cabeça eram combinados, com o glifo de trono ficando no topo do disco solar. Ela começou no mesmo período a usar as insígnias de uma rainha humana, como uma coroa em formato de abutre na cabeça e um ureu real em sua testa. Estátuas e estatuetas dos tempos ptolemaico e romano frequentemente mostravam Ísis no estilo de escultura grega, com atributos tirados das tradições egípcias e gregas. Algumas dessas imagens refletiam sua conexão com outras deusas de novos modos. Ísis-Termute, uma combinação dela com Renenutete para representar a fertilidade na agricultura, era representada no estilo de uma mulher com o corpo inferior de uma cobra. Estatuetas de uma mulher com um adereço de cabeça elaborado e expondo seus genitais pode representar Ísis-Afrodite.

O símbolo de tyet, uma forma circular similar ao ankh, era visto como o emblema pessoal de Ísis a partir de pelo menos o começo do Império Novo, apesar de existir desde muito tempo antes. Era frequentemente feito de jaspe vermelha e tinha ligação com o sangue da deusa. Era usado como amuleto funerário e dizia-se que proporcionava proteção.


FONTE:


HÓRUS



Hórus (ou Heru-sa-Aset, Her'ur, Hrw, Hr ou Hor-Hekenu) na mitologia egípcia é o deus dos céus. Hórus era filho de Osíris muito embora sua concepção tenha ocorrido após a morte de Osíris.

Ele tinha cabeça de falcão e os olhos representavam o Sol e a Lua. Matou Seth, tanto por vingança pela morte do pai, Osíris, como pela disputa do comando do Egito.

Após derrotar Seth, tornou-se o rei dos vivos no Egito. Perdeu um olho lutando com Seth, que foi substituído por um amuleto de serpente, (que os faraós passaram a usar na frente das coroas) Em algumas versões foi curado pela deusa Hator despejando leite em seus olhos depois do mundo ficar repleto de escuridão, o olho de Hórus (anteriormente chamado de Olho de Rá), que simbolizava o poder real e foi um dos amuletos mais usados no Egito em todas as épocas. Depois da recuperação, Hórus pôde organizar novos combates que o levaram à vitória decisiva sobre Seth, em outra versões Osíris interveio ameaçando enviar demônios do outro mundo a morada dos deuses se os dois não parassem a disputa.

Hórus foi cultuado mesmo antes do período dinástico no Egito. Após o início do período dinástico, sua forma é fundida com a de um ser humano. A partir desse momento, ele passa a ser representado com o corpo de homem e a cabeça de falcão. Isso porque esse animal, adorado pelos egípcios, possui uma visão muito poderosa.

Os dois olhos de Hórus representam o poder. O direito representa o Sol, enquanto o esquerdo, danificado em batalha, representa a Lua. Dessa maneira, o Sol é o poder e a essência, e a Lua simboliza a cura.

O olho de Hórus, também chamado de Udyat, é um amuleto que fora usado desde os tempos antigos. Para o egípcios, o olho era o espelho da alma e quem carregasse esse símbolo estava livre do mau olhado.



FONTE:
O livro ilustrado da mitologia - Philip Wilkinson

BASTET



Na mitologia egípcia, Bastet, Bast, Ubasti, Ba-en-Aset ou Ailuros (palavra grega para "gato") é uma divindade solar e deusa da fertilidade, além de protetora das mulheres gravidas. Também tinha o poder sobre os eclipses solares. Quando os gregos chegaram no Egito, eles associaram Bastet com Ártemis, embora Ártemis esteja eminentemente relacionada à lua, enquanto Bastet inegavelmente estava relacionada aos mitos solares. Todos os deuses criavam pirâmides pequenas, médias e grandes, dependendo do tamanho, significava o tão grande poder desses deuses. Quanto a seu nome, acredita-se que "Bastet" foi um nome dado a essa divindade no período greco-romano e que, por sua vez, seu nome correto seria "Bast".

Seu nome significa “devoradora”. Ela era originalmente uma deusa do sol, mas depois, com a influência grega, se tornou a deusa da lua. Na mitologia grega, Bastet também é conhecido como Aelurus .

Mais tarde, Bastet tornou-se a deusa dos perfumes. Em conexão com isso, quando Anúbis se tornou o deus do embalsamamento, Bast, como deusa do unguento, foi considerada sua mãe.

Apartir de 1000.a.C., os escultores passara a retrata-la como gato.

 O  centro de culto a Bastet estava na cidade de Bubastis, na região oriental do Delta do Nilo. Nos seus templos foram criados gatos que eram considerados como encarnação da deusa e que eram por essa razão tratados da melhor maneira possível. Quando estes animais morriam eram mumificados, sendo enterrados em locais reservados para eles.
No templo de Per-Bast muitos gatos foram encontrados mumificados e enterrados, muitos ao lado de seus donos. Mais de 300 mil gatos mumificados foram descobertos quando templo de Bast em Per-Bast foi escavado. A principal fonte de informações sobre o culto de Bast vem do historiador Heródoto, que visitou Bubastis volta de 450 a.C., durante o auge do culto. Ele equiparou Bastet com a deusa grega Artemis. Ele escreveu extensivamente sobre o culto. Turner e Bateson sugerem que o estado do gato foi aproximadamente equivalente ao da vaca em Índia moderna. A morte de um gato podia deixar uma família em luto grande e aqueles que podiam os teria embalsamado ou enterrados em cemitérios de gato - apontando para a grande prevalência do culto de Bastet. Enterros extensos de restos de gato foram encontrados não só em Bubastis, mas também em Beni Hasan e Saqqara. Em 1888, um fazendeiro descobriu uma trama de muitas centenas de milhares de gatos em Beni Hasan.

FONTE:
O livro ilustrado da mitologia - Philip Wilkinson