As
margens do rio Nilo, os antigos egípcios criaram uma civilização que durou de
modo quase contínuo de 3000 a.C. até o século I. °. Governado por reis e
sacerdotes, o Egito desenvolveu uma mitologia de enorme complexidade, com
centenas de deuses e deusas.
Quase
todos os mitos egípcios começam com histórias de deuses locais. Os primeiros
egípcios acreditavam que todo ser vivo tinha um espirito e muitas divindades
eram espíritos de animais locais, como o falcão ou o crocodilo, ou acidentes
geográficos como o Nilo. Se a região adquiria maior importância seus deuses
eram adaptados e adorados mais além em geral mantendo a identidade animal como
uma cabeça de animal num corpo humano.
Os
escribas do antigo Egito registraram vários relatos diferentes sobre a criação.
Se para os sacerdotes de Mênfis o criador do mundo fora Ptá, em Heliópolis o
criador era o deus sol Aton ou Rá. No começo Aton era o deus do caos que
existia antes dos deuses. Seu nome significa “o todo” aquele que contem a
essência de toda criação futura, homem me mulher, divino e humano. Seu primeiro
ato foi assumir a forma humana. Depois cuspiu ou espirrou no vazio para criar
Chu e Tefnut, ancestrais dos deuses. Numa outa versão aton assumiu a forma de
uma grande cobra que soltaria a pele no fim dos tempos e surgiria de novo para
recriar o mundo começando assim um novo ciclo de existência.
A
mitologia egípcia é muito rica é seus mitos da criação são diversos e variados
conforme a onde são contados; neste post eu não vou me aprofundar muito neste
assunto, porque as diferentes histórias sobre a origem das coisas eram
associadas, cada uma, ao culto de um ou mais deuses em particular em uma das grandes
cidades do Egito: Hermópolis Heliópolis, Mênfis e Tebas. Até certo ponto, estes
mitos e seus defensores competiam entre si, mas eles também eram vistos como
complementares ao representarem diferentes aspectos do processo de criação.Irei mostrar um breve resumo sobre cada mito da criação pertecentes a estas cidades:
Hermópolis
O
mito da Criação difundido na cidade de Hermópolis era mais focado na natureza
do universo antes da criação do mundo. As características inerentes das Águas
Primordiais eram representadas por um conjunto de oito deuses, chamados de a
Ogdóade. O deus Nun e sua contraparte feminina Naunet representavam a própria
Água Primordial; Hu e sua contraparte feminina Hauhet representavam as
extensões infinitas da Água; Kuk e Kauket personificavam a escuridão presente;
e Amon e Amonet representavam a natureza oculta e inescrutável em contraste com
o mundo tangível dos vivos. Sendo as Águas consideradas como parte do processo
de criação, então, as divindades que a representavam podem ser vistas como
deuses e deusas criadores. De acordo com o mito, os oito deuses e deusas eram
originalmente divididos em dois grupos, um masculino e um feminino. Eles eram
simbolicamente representados como criaturas aquáticas por causa de sua íntima
relação com as Águas. Os masculinos eram representados como sapos e as
femininas como cobras.Estes dois grupos, eventualmente, acabaram por se
misturar, o que causou a grande elevação que resultou no monte piramidal. De
dentro do monte nasceu o sol que se levantou aos céus e deu luz ao mundo.
Heliópolis
Em
Heliópolis a Criação é atribuía a Atum, uma divindade intimamente relacionada a
Rá que, conforme se contava, já possuía um potencial de existência nas Águas de
Nun como um ser inerte. Atum foi um deus que gerou a si mesmo. Era a fonte de
todos os elementos e de todas as forças do mundo. O mito Heliopolitano
descrevia o processo pelo qual ele evoluiu de um único ser até a multiplicidade
dos elementos. O processo começou quando Atum apareceu no monte e expeliu no ar
o deus Shu e sua irmã Téfnis, cujas existências representavam a criação de um
espaço vazio nas Águas. Para explicar como Atum fez isso, o mito usa a metáfora
da masturbação. A mão que ele usou no ato representaria o princípio feminino
que existia nele mesmo. Outras versões dizem que ele espirrou e
"botou" Shu e Téfnis para fora de si, metáforas que faziam trocadilhos
com os nomes dos deuses. Depois disso, Shu e Téfnis copularam para produzir o
deus da terra Geb e a deusa do céu Nut, o que definiu os limites do mundo.Geb e
Nut, então, tiveram quatro crianças que representavam as forças da vida:
Osíris, deus da fertilidade e regeneração; Ísis, deusa da maternidade; Seti,
deus da sexualidade masculina; e Néftis, o complemento feminino de Set. O mito,
portanto, representa o processo pelo qual a vida se tornou possível. Esses nove
deuses foram teologicamente agrupados como uma Enéade, mas os oito últimos
deuses e todas as outras coisas do universo eram, em suma, vistos como extensões
ou emanações de Atum.
Mênfis
A
versão de Mênfis para a Criação era centrada em Ptah, que era o deus patrono
dos artesãos. Como tal, ele representava a habilidade do artesão de visualizar
um produto finalizado nas formas de materiais brutos. A teologia de Mênfis diz
que Ptah criou o mundo de uma forma similar a isso. Esta versão, diferentemente
das outras, mostra uma criação não física, mas intelectual pela mente de deus.As
ideias desenvolvidas no coração de Ptah (que os egípcios acreditavam ser onde
os pensamentos aconteciam) foram revelados quando ele usou a sua linguagem para
dar-lhes nome. Ao falar tais nomes, Ptah pronunciou (deu vida) os deuses e
todas as coisas. A criação segundo Mênfis, coexistia com a de Heliópolis, já
que o pensamento e a fala criativas de Ptah eram tidas como as causadoras da
existência de Atum e da Enéade. Ptah era também associado com Tatenen, o deus
personificado do monte piramidal.
Tebas
A
teologia tebana dizia que Amon não era um mero membro da Ogdóade, mas também
era a força secreta por trás de todas as coisas. Existem muitos conflitos sobre
a personalidade e a função de Amon na criação, o que enfatiza o fato de Amon
transcender todas as outras divindades por existir "além do céu" e
ser "mais profundo que o submundo".O mito tebano conectava o ato
criado de Amon com o som de um ganso, que quebrou a estagnação das Águas
Primordiais fazendo com que a Ogdóade e a Enéade viessem a existir.Amon foi
separado do mundo e sua verdadeira natureza era ocultada até mesmo dos outros
deuses. Assim, como ele era a fonte da Criação, todos os deuses, incluindo
outros deuses criadores eram, de fato, meros aspectos de Amon. Amon acabou
tornando-se o deus supremo do panteão egípcio por causa desta crença. Amon era
sinônimo do progresso de Tebas e de sua evolução até tornar-se a maior capital
religiosa do país. Todos os salões, obeliscos, as estátuas colossais, afrescos
e inscrições de hieróglifos dos templos tebanos mostram claramente a
superioridade de Amon. Tebas era tida como o local onde o Monte Primordial
havia surgido no início dos tempos.
Assim como a nossa mitologia brasileira a
egípcia tem ramificações diversas, mas eu não entendo como que pode ter mais
conteúdo que a nossa própria tanto em livros como na internet, eu me sinto um
pouco desapontado com isso, mas estou confiante pelas pesquisas se tonarem mais
fáceis.
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FONTES:
O
livro ilustrado da mitologia - Philip Wilkinson
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