sábado, 28 de março de 2020

MITOLOGIA EGÍPCIA : INTRODUÇÃO




















As margens do rio Nilo, os antigos egípcios criaram uma civilização que durou de modo quase contínuo de 3000 a.C. até o século I. °. Governado por reis e sacerdotes, o Egito desenvolveu uma mitologia de enorme complexidade, com centenas de deuses e deusas.

Quase todos os mitos egípcios começam com histórias de deuses locais. Os primeiros egípcios acreditavam que todo ser vivo tinha um espirito e muitas divindades eram espíritos de animais locais, como o falcão ou o crocodilo, ou acidentes geográficos como o Nilo. Se a região adquiria maior importância seus deuses eram adaptados e adorados mais além em geral mantendo a identidade animal como uma cabeça de animal num corpo humano.

Os escribas do antigo Egito registraram vários relatos diferentes sobre a criação. Se para os sacerdotes de Mênfis o criador do mundo fora Ptá, em Heliópolis o criador era o deus sol Aton ou Rá. No começo Aton era o deus do caos que existia antes dos deuses. Seu nome significa “o todo” aquele que contem a essência de toda criação futura, homem me mulher, divino e humano. Seu primeiro ato foi assumir a forma humana. Depois cuspiu ou espirrou no vazio para criar Chu e Tefnut, ancestrais dos deuses. Numa outa versão aton assumiu a forma de uma grande cobra que soltaria a pele no fim dos tempos e surgiria de novo para recriar o mundo começando assim um novo ciclo de existência.

A mitologia egípcia é muito rica é seus mitos da criação são diversos e variados conforme a onde são contados; neste post eu não vou me aprofundar muito neste assunto,  porque as diferentes histórias sobre a origem das coisas eram associadas, cada uma, ao culto de um ou mais  deuses em particular em uma das grandes cidades do Egito: Hermópolis Heliópolis, Mênfis e Tebas. Até certo ponto, estes mitos e seus defensores competiam entre si, mas eles também eram vistos como complementares ao representarem diferentes aspectos do processo de criação.Irei mostrar um breve resumo sobre cada mito da criação pertecentes a estas cidades:

Hermópolis

O mito da Criação difundido na cidade de Hermópolis era mais focado na natureza do universo antes da criação do mundo. As características inerentes das Águas Primordiais eram representadas por um conjunto de oito deuses, chamados de a Ogdóade. O deus Nun e sua contraparte feminina Naunet representavam a própria Água Primordial; Hu e sua contraparte feminina Hauhet representavam as extensões infinitas da Água; Kuk e Kauket personificavam a escuridão presente; e Amon e Amonet representavam a natureza oculta e inescrutável em contraste com o mundo tangível dos vivos. Sendo as Águas consideradas como parte do processo de criação, então, as divindades que a representavam podem ser vistas como deuses e deusas criadores. De acordo com o mito, os oito deuses e deusas eram originalmente divididos em dois grupos, um masculino e um feminino. Eles eram simbolicamente representados como criaturas aquáticas por causa de sua íntima relação com as Águas. Os masculinos eram representados como sapos e as femininas como cobras.Estes dois grupos, eventualmente, acabaram por se misturar, o que causou a grande elevação que resultou no monte piramidal. De dentro do monte nasceu o sol que se levantou aos céus e deu luz ao mundo.

Heliópolis

Em Heliópolis a Criação é atribuía a Atum, uma divindade intimamente relacionada a Rá que, conforme se contava, já possuía um potencial de existência nas Águas de Nun como um ser inerte. Atum foi um deus que gerou a si mesmo. Era a fonte de todos os elementos e de todas as forças do mundo. O mito Heliopolitano descrevia o processo pelo qual ele evoluiu de um único ser até a multiplicidade dos elementos. O processo começou quando Atum apareceu no monte e expeliu no ar o deus Shu e sua irmã Téfnis, cujas existências representavam a criação de um espaço vazio nas Águas. Para explicar como Atum fez isso, o mito usa a metáfora da masturbação. A mão que ele usou no ato representaria o princípio feminino que existia nele mesmo. Outras versões dizem que ele espirrou e "botou" Shu e Téfnis para fora de si, metáforas que faziam trocadilhos com os nomes dos deuses. Depois disso, Shu e Téfnis copularam para produzir o deus da terra Geb e a deusa do céu Nut, o que definiu os limites do mundo.Geb e Nut, então, tiveram quatro crianças que representavam as forças da vida: Osíris, deus da fertilidade e regeneração; Ísis, deusa da maternidade; Seti, deus da sexualidade masculina; e Néftis, o complemento feminino de Set. O mito, portanto, representa o processo pelo qual a vida se tornou possível. Esses nove deuses foram teologicamente agrupados como uma Enéade, mas os oito últimos deuses e todas as outras coisas do universo eram, em suma, vistos como extensões ou emanações de Atum.

Mênfis

A versão de Mênfis para a Criação era centrada em Ptah, que era o deus patrono dos artesãos. Como tal, ele representava a habilidade do artesão de visualizar um produto finalizado nas formas de materiais brutos. A teologia de Mênfis diz que Ptah criou o mundo de uma forma similar a isso. Esta versão, diferentemente das outras, mostra uma criação não física, mas intelectual pela mente de deus.As ideias desenvolvidas no coração de Ptah (que os egípcios acreditavam ser onde os pensamentos aconteciam) foram revelados quando ele usou a sua linguagem para dar-lhes nome. Ao falar tais nomes, Ptah pronunciou (deu vida) os deuses e todas as coisas. A criação segundo Mênfis, coexistia com a de Heliópolis, já que o pensamento e a fala criativas de Ptah eram tidas como as causadoras da existência de Atum e da Enéade. Ptah era também associado com Tatenen, o deus personificado do monte piramidal.

Tebas


A teologia tebana dizia que Amon não era um mero membro da Ogdóade, mas também era a força secreta por trás de todas as coisas. Existem muitos conflitos sobre a personalidade e a função de Amon na criação, o que enfatiza o fato de Amon transcender todas as outras divindades por existir "além do céu" e ser "mais profundo que o submundo".O mito tebano conectava o ato criado de Amon com o som de um ganso, que quebrou a estagnação das Águas Primordiais fazendo com que a Ogdóade e a Enéade viessem a existir.Amon foi separado do mundo e sua verdadeira natureza era ocultada até mesmo dos outros deuses. Assim, como ele era a fonte da Criação, todos os deuses, incluindo outros deuses criadores eram, de fato, meros aspectos de Amon. Amon acabou tornando-se o deus supremo do panteão egípcio por causa desta crença. Amon era sinônimo do progresso de Tebas e de sua evolução até tornar-se a maior capital religiosa do país. Todos os salões, obeliscos, as estátuas colossais, afrescos e inscrições de hieróglifos dos templos tebanos mostram claramente a superioridade de Amon. Tebas era tida como o local onde o Monte Primordial havia surgido no início dos tempos.

Assim como a nossa mitologia brasileira a egípcia tem ramificações diversas, mas eu não entendo como que pode ter mais conteúdo que a nossa própria tanto em livros como na internet, eu me sinto um pouco desapontado com isso, mas estou confiante pelas pesquisas se tonarem mais fáceis.





















POSTAGENS RELACIONADAS:
FONTES:
O livro ilustrado da mitologia - Philip Wilkinson   

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Não responderei comentarias de anônimos!
Comentários com xingamentos, ofensas ,racismo, spam e conteúdos do impróprios e etc... Serão apagados, use o bom senso para comentar! Seja bem vindo(a)!