Rá
ou Ré é o deus do Sol do Antigo Egito. No período da Quinta Dinastia se tornou
uma das principais divindades da religião egípcia, identificado primordialmente
com o sol do meio-dia. O principal centro de seu culto era a cidade de
Heliópolis (chamada de Inun, "Local dos Pilares", em egípcio), onde
era identificado com o deus solar local, Atum. Através de Atum, ou como
Atum-Ra, também era visto como o primeiro ser, responsável pela egípcia Enéade,
que consistia de Shu e Téfnis, Geb e Nut, Osíris, Seti, Ísis e Néftis.
Nos
textos das pirâmides, Rá e Hórus são claramente distintos (por exemplo, Hórus
remove para o sul do céu o trono de Rá), mas em dinastias posteriores Rá foi
fundido com o deus Hórus, formando Rá-Horaqueti ("Rá, que é o Hórus dos
Dois Horizontes"), e acreditava-se que era soberano de todas as partes do
mundo criado (o céu, a terra e o mundo inferior.) É associado com o falcão ou o
gavião. No Império Novo o deus Amom se tornou proeminente, após fundir-se com
Rá e formar Amom-Rá.
Durante
o Período de Amarna, Aquenáton modificou o culto de Rá para Aton, outra versão
da divindade solar, porém com a sua morte o culto tradicional de Rá foi
restaurado.
O
culto do touro Mnévis, uma encarnação de Rá, também teve seu centro em
Heliópolis, onde existia um cemitério oficial para os touros sacrificados.
A
partir do fim do Império Antigo, os faraós proclamaram-se ‘filhos de Rá’,
aumentando ainda mais a adoração dos egípcios ao deus Rá.
A
junção de Amon-Rá traz o significado de culto ao sol (Amon = culto, e, Rá = sol).
Dentre as crenças egípcias, o culto ao deus Sol se sobressaiu, pois teve
durabilidade de vinte séculos como culto oficial durante a monarquia faraônica.
A
sede do culto do deus nacional do Egito, do maior de todos os deuses ficava em
Heliópolis (mais antigo centro comercial do Baixo Egito). Mas, com o passar do
tempo as crenças religiosas foram sofrendo modificações e/ou foram se
adaptando, sendo introduzidas através de classes cultas. Os sacerdotes de
Heliópolis atribuíram o culto de Rá (o sol, criador de todos os deuses, cuja
barca sagrada navegava através do céu); os faraós de Tebas, querendo livrar-se
da hegemonia do deus criado pelos sacerdotes, adotaram Amon como deus supremo.
Daí surge uma combinação entre os dois deuses que ficou denominada como
Amon-Rá, protetor dos faraós.
O
deus Sol era entendido em quatro fases: a primeira ao nascer do sol, recebendo
o nome de Khepri (ou Kopri); a segunda ao meio-dia, sendo contemplado como um
pássaro ou um barco a navegar; a terceira ao pôr-do-sol, visto como um homem
velho que descia à terra dos mortos; na quarta fase, durante a noite, era visto
como um barco que navegava ao leste preparando-se para o dia seguinte, onde
tinha de lutar ou fugir de Apep (de acordo com alguns teóricos, denominado
também como Apópis), a grande serpente do mundo inferior que tentava devorá-lo.
Outras
informações: a esposa de Rá era Nut, seus filhos eram Hathor, Osíris, Seth,
Hórus e Maet.
Segundo
uma das versões do mito, todas as formas de vida teriam sido criadas por Rá,
que as chamou à existência pronunciando seus nomes secretos. De acordo com
outra das versões, os seres humanos teriam sido criados a partir das lágrimas e
suor de Rá, motivo pelo qual os egípcios se chamavam de "Gado de Rá".
No mito da Vaca Celestial se descreve como a humanidade teria tramado contra
Rá, e como ele teria enviado seu olho, na forma da deusa Sekhmet, para
puni-los, que acabou por se tornar sedenta por sangue, e só foi pacificada com
a mistura de cerveja e tinta vermelha.
A
jornada diária do deus até o mundo subterrâneo privava A Terra de luz, de modo
que ele criou o deus da lua, Thot, para brilhar a noite.
FONTE:
O
livro ilustrado da mitologia - Philip Wilkinson