Na
mitologia deste ser apresenta várias versões e em muitas delas o que tem de
comum e sua incessante luta com o deus do sol Rá, mas sempre em nessas versões envolvendo
outros deuses e seres que ajudavam a Apófis ou ao deus Rá.
Apófis, também conhecido por Apep, Apepi,
Aapep e Apophis, é uma criatura/deus em forma de serpente. É a personificação
do Caos e Destruição. Sempre que havia Eclipse Solar, era Apófis tapando o Sol,
enquanto tentava destruir a barca de Rá e tentando devorá-lo.
Em
outra versão embora que Seth também seja um deus do mal ele atua como divindade
protetora e, em alguns textos, se diz que foi o próprio Rá que o convocou para
derrotar a serpente. O papel original de Seth era batalhar contra Apófis e
impedi-lo de destruir a embarcação. Resistindo inclusive ao olhar fixo mortal
da serpente e não se deixando hipnotizar, Seth finalmente derrota o gigantesco
animal quando, da proa do barco solar, o trespassa com uma grande lança.
Ocasionalmente a entidade malévola teria sucesso e o mundo seria mergulhado em
trevas, ideia que pode querer refletir a ocorrência de um eclipse solar. Mas
mesmo nesses casos o deus Seth e seu companheiro Mehen, outra deidade em forma
de serpente, sairiam vencedores, pois fariam um buraco na barriga de Apófis
para permitir que o barco solar escapasse.
Em
mais outra versão contendo o deus Seth diz que o deus cobra Apófis,
enrodilhando no mundo subterrâneo, tinha poder suficiente para aniquilar suas vítimas.
Todos os dias, quando o deus sol viajava pelo mundo subterrâneo, Apófis atacava
o barco do deus. Os mortos liderados por Seth, um deus de força insuperável, conseguiam
todas as noites derrotar a serpente, permitindo que o barco passasse. Mas todos
os dias Apófis revivia pronto para atacar o deus sol de novo e aterrorizar com
seu sibilo ensurdecedor todas as almas recém chegadas.
Outros mitos contam que os companheiros de
viagem de Rá e até mesmo os próprios mortos, que podiam se transformar em uma
forma do deus Shu, eram envolvidos nesta batalha cíclica para a sobrevivência
da criação e da ordem. Principalmente no Livro das Portas, uma narração sobre a
viagem do deus-Sol pelo mundo noturno surgida no começo da XIX dinastia (c.
1307 a 1196 a.C.), Ísis, Neith e Selkis, juntamente com outras deidades
secundárias e ajudadas por algumas espécies de macacos, capturam o monstro com
redes mágicas. A seguir ele é dominado por deidades, entre as quais se inclue o
deus de terra Geb e os filhos de Hórus, as quais cortam seu corpo em pedaços. A
cada noite, porém, ele será revivido para atacar mais uma vez. Em outros
relatos do mito, o deus-Sol é cercado ou engolido pela serpente que mais tarde
o vomita, numa clara metáfora de renascimento e renovação.
Dá-se
a entender que este mito servia para explicar a existência do dia e da noite.
FONTE:
O livro ilustrado da mitologia - Philip Wilkinson