A Área 51 é uma região onde
fica uma base da Força Aérea dos Estados Unidos e foi batizada popularmente com
esse nome.
Ela fica no lago Groom, um
leito de lago seco no deserto de Nevada, a 85 milhas (135 km) ao norte de Las
Vegas.
O que se passa lá dentro é
extremamente secreto. O público em geral é mantido afastado da região por
sinais de alerta, vigilância eletrônica e guardas armados.
Também é ilegal sobrevoar a
Área 51, embora a região agora esteja visível em imagens de satélite. A base
possui pistas de pouso com até 12 mil pés (3,7 km) de comprimento.
A instalação fica ao lado de
duas outras áreas militares restritas: a Área de Testes de Nevada, onde as
armas nucleares dos EUA foram testadas das décadas de 1950 a 1990, e a Faixa de
Teste e Treinamento de Nevada.
Toda essa área abrange mais de
1 milhão de hectares.
Segundo as Forças Armadas
americanas, representa "um espaço de batalha flexível, realista e
multidimensional para conduzir o desenvolvimento de táticas de testes e
treinamento avançado".
A Área 51 foi criada durante a
Guerra Fria entre os EUA e a União Soviética como uma instalação de teste e
desenvolvimento de aeronaves, incluindo os aviões de reconhecimento U-2 e SR-71
Blackbird.
Embora tenha sido inaugurada
em 1955, sua existência só foi oficialmente reconhecida pela CIA, a agência
americana de inteligência, em agosto de 2013.
Quatro meses após a divulgação
da CIA, Barack Obama se tornou o primeiro presidente dos EUA a mencionar
publicamente a Área 51.
Embora as informações oficiais
sejam escassas, acredita-se que os militares dos EUA continuem usando a Área 51
para desenvolver aeronaves de ponta.
Acredita-se que cerca de 1.500
pessoas trabalhem lá, muitas chegando e saindo em voos "bate-volta"
de Las Vegas.
Annie Jacobsen, que escreveu
sobre a história da Área 51, disse à BBC que alguns dos programas de espionagem
mais avançados do mundo estão no local.
"A Área 51 é uma
instalação de teste e treinamento. A pesquisa começou com o avião espião U-2 na
década de 1950 e agora passou para drones", diz ela.
O sigilo em torno da Área 51
ajudou a alimentar muitas teorias da conspiração.
O mais famoso é a alegação de
que a área hospeda uma espaçonave alienígena e os corpos de seus pilotos,
depois de terem caído em Roswell, no Novo México, em 1947.
O governo dos EUA diz que não
havia alienígenas e que o objeto acidentado era um balão meteorológico.
Outros afirmam ter visto ovnis
acima ou perto do local, enquanto alguns dizem que foram sequestrados por
alienígenas e até foram analisados antes de serem devolvidos à Terra.
E, em 1989, um homem chamado
Robert Lazar afirmou ter trabalhado com tecnologia alienígena dentro da Área
51. Ele afirmou ter visto fotografias médicas de alienígenas e que o governo
usou a instalação para examinar ovnis.
A associação da Área 51 com
alienígenas pode ter servido como uma distração útil para as agências de inteligência.
"Desde 1950, a CIA
desenvolveu um escritório de ovnis para lidar com avistamentos de objetos
voadores não identificados sobre Nevada. Quando as pessoas viram o avião espião
U-2 voando pela primeira vez, ninguém sabia o que estava vendo", diz Jacobsen.
"A CIA usou essa
desinformação em seu benefício, promovendo uma mitologia alienígena."
São várias as teorias sobre
como a Área 51 recebeu esse nome. Entre as mais populares, há aquela que diz
que o nome remete à proximidade com o NTS. Usado como base de teste para bombas
nucleares pelos militares da Área 51, o NTS é dividido em áreas de 1 a 30, e a
Área 51, apesar de não fazer parte dessa divisão, ficava anexa à Área 15.
Assim, o local teria recebido o nome de Área 51 devido à inversão dos números 1
e 5 de sua vizinha. Outra teoria popular é que o número 51 foi escolhido porque
ele não seria usado como parte do sistema do NTS no futuro, em caso de expansão
das instalações. Também há a ideia de que 51 poderia ser por causa do número de
estados americanos, que é de 50.
Enfim, muito do que se sabe
acerca da Área 51 é fruto de especulações e testemunhos não confirmados. Por
décadas, a base permaneceu oculta de quase todos, até que em 1988, um satélite
soviético divulgou fotos aéreas do local. O governo reconheceu e depois negou a
existência da Área 51 durante a década de 90. O que se sabe é que a Força
Aérea, a CIA e a fabricante de aviões Lockheed usaram a base como um palco para
vôos de teste de aeronaves secretas e experimentais, conhecidas como aeronaves
pretas. A base serviu ainda de instalação para o desenvolvimento e teste de
aeronaves de tecnologia de ponta, a exemplo do avião espião U-2 e do caça
invisível F-117A. O isolamento da Área 51 permanece até os dias de hoje, sendo
proibida a aproximação de estranhos, e até recentemente, seu espaço aéreo era
restrito. Além disso, a menção do local em documentos oficiais ainda sofre
grande censura por parte do governo.
A cidade de Rachel, Nevada (a
cidade mais próxima da base) possui uma pequena fama por ser "o lar
oficial da Área 51". Localizada a três horas de carro a partir de Las
Vegas, Rachel recebe um modesto número de turistas por ano, e várias
lanchonetes e lojas vendem comida e artigos com temática
"alienígena". Um pequeno museu vende mapas, fotos, broches e outros
artigos, e um bar local, chamado "The Little A'le'Inn",
orgulhosamente exibe uma cápsula do tempo ganha da equipe de produção do filme
Independence Day.
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