No nordeste brasileiro,
conta-se a história do Encourado, um homem de hábitos noturnos que se veste
completamente de couro preto, sendo que estas roupas cheiram a sangria. A
presença do Encourado inspira medo e respeito. Ele só entra nas casas em que
for convidado, no entanto, ele consegue arrumar artifícios para ser convidado.
Segundo as lendas, ele tem preferência por pessoas que não frequentam a igreja,
além do que ele sabe de antemão quem são estas pessoas. Assim, ao chegar num
povoado, ele já tem em mente quem primeiro procurar. Por onde ele passa, as
galinhas param de botar ovos e não comem direito. Os cachorros não saem de casa
e gemem o dia inteiro. Até mesmo os urubus e carcarás, que são aves
carniceiras, desaparecem para bem alto e longe.
Ao pressentir a presença do
Encourado, os moradores costumam sacrificar algum animal, pois acreditam que
feito isso ele irá embora. Conta-se que no passado haviam sacrifícios de
pessoas indesejáveis, como criminosos e até mesmo de crianças. Entretanto,
diz-se que basta simplesmente oferecer uma galinha preta ou um galo vermelho
para afugentá-lo sem contudo ofendê-lo. A oferenda, no entanto, deve ser
pendurada na entrada principal da cidade, pois o Encourado só entra pela porta da
frente."
É fácil saber se um deles
ronda sua cidade. As galinhas não põem ovos, os cachorros ficam o dia todo
gemendo dentro de casa e os urubus passam horas a voar sobre o lugarejo. Só
entra se convidado (como os colegas europeus), mas sempre dá um jeito de
receber as boas graças do anfitrião. Cruzes, alho, luz do sol, água benta,
estacas no coração - nada parece ferir o Encourado. Ele deve ser tolerado,
nunca vencido.
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